ATA DA SEXTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 22-01-2015.

 


Aos vinte e dois dias do mês de janeiro do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Delegado Cleiton, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol e Waldir Canal, titulares. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceu o vereador Alceu Brasinha, titular. Do EXPEDIENTE, constaram os seguintes Ofícios: nº 001/14, de José Roberto de Rosis Mazzeu, Presidente da Câmara Municipal de Bebedouro – SP –; nº 002/15, de Rudimar Caglioni, Presidente da Câmara Municipal de Veranópolis – RS –; e nº 007/15, de Andressa Birke, Presidenta da Câmara Municipal de Sertão Santana – RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador João Carlos Nedel. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Delegado Cleiton, Jussara Cony, Paulinho Motorista e Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Jussara Cony, Reginaldo Pujol e Delegado Cleiton. Às dez horas e quarenta e oito minutos, constatada a inexistência de quórum, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a Reunião Ordinária de quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Mauro Pinheiro e secretariados pelo vereador Delegado Cleiton. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Porto Alegre, o Rio Grande do Sul, tem um assunto extremamente importante, e esta Câmara de Vereadores já se debruçou sobre ele em várias questões a respeito das obras do nosso Aeroporto Salgado Filho. E, agora, o Secretário Nacional de Aviação Civil, Eliseu Padilha, gaúcho, nos apresentou perspectivas importantes de, ao menos, fazermos um diálogo, uma negociação. Nós sabemos das dificuldades financeiras do Governo Federal - e a Infraero já tem um projeto pronto, com todos os detalhes -, mas nós temos que levar em conta a importância da expansão da pista. Nós perdemos R$ 3 bilhões ao ano em exportações, que são deixadas para outros portos e aeroportos, especialmente Guarulhos, em São Paulo, e Viracopos, em Campinas. Quer dizer, são incompatíveis, porque não comportam as exportações e as cargas originárias do Rio Grande do Sul, mas são compatíveis, justamente, e especialmente, em São Paulo. Então, esses dados não contemplam a realidade. Então tenho certeza que a comunidade, a Frente Parlamentar do Turismo, a qual eu presido nesta Casa, a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, que é realmente a Comissão de desenvolvimento do nosso Município, vai enfrentar esse assunto junto com a comunidade. Quero cumprimentar o Ver. Cassio que ontem colocou uma Frente Parlamentar específica do prolongamento da pista do nosso aeroporto, Ver. Pujol, Ver. Paulinho, Ver. Delegado Cleiton, já se manifestaram ontem apoiando fortemente essa importante decisão de Porto Alegre. Nós não somos contra a implantação do nosso aeroporto em Portão ou Nova Santa Rita, mas isso vai levar 20 anos, no mínimo, para ser completado esse aeroporto, enquanto isso nós não podemos perder a expansão do nosso aeroporto aqui em Porto Alegre. Obrigado, senhoras e senhores, e contamos com o apoio da sociedade porto-alegrense, e especialmente esta Casa, esta Câmara, vai se debruçar sobre isso e vai lutar em conjunto para trazer esse importante fator de desenvolvimento para a nossa Cidade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, funcionários e colegas desta Casa, senhores e senhoras que nos assistem aqui e pela televisão. Hoje, pela manhã, na cidade de Esteio, se eu não me engano, 2ª Região Policial, sob o comando do Delegado Fernando Soares, foi flagrada uma operação em um condomínio, em um espaço em que os jovens traficantes – com 19 ou 20 anos, sendo o mais velho, o matador, com 34 anos, se eu não engano – ameaçavam, retiravam pessoas das suas casas, principalmente de casas do Minha Casa, Minha Vida, por não estarem de acordo com o tráfico naquela região, mandando, através da tecnologia do WhatsApp, mensagens e fotografias em que estavam fortemente armados.

A polícia, prontamente, logo após essas denúncias, montou uma grande operação, e, hoje, foram presos alguns líderes, inclusive o matador. Semana passada, esse senhor foi preso com porte ilegal de arma, mas foi solto no outro dia; e, saindo da cadeia, a sua primeira ação foi dar vários tiros em um carro de uma menina que ele achava que era suspeita de ter feito a denúncia contra ele. Então foi a sua primeira ação, depois de sair, sem ter ficado 24 horas preso, porque o juiz achou que o porte ilegal de arma era muito pouco e não viu a sua ficha com cinco homicídios, se eu não me engano. Aí fica difícil, fica aquela situação de alguns policiais – o que eu acho errado – dizerem que estão enxugando o gelo. Eu acho que a ação da polícia é esta: cumprir com o seu dever. Agora, se o Poder Judiciário não acha justo que alguém com essa extensão, com essa ficha, com essa periculosidade fique nos seus presídios, aí é outra coisa, até porque, de repente, a lei que atinge esse tipo de delito faz com que o juiz possa colocar esses senhores em liberdade muito rápido, tendo tempo de, no momento em que saem, já saírem pensando numa vingança. Ontem, falamos das casas vendidas pelo Minha Casa, Minha Vida e ficamos sabendo que traficantes de Canoas, Esteio, Alvorada, Gravataí, na Grande Porto Alegre, especialmente, bem como aqui no bairro da Restinga estão retirando algumas pessoas com necessidade de moradia para fazer ali o seu quartel-general. A minha última ação como polícia foi em Viamão, quando prendemos 12 indivíduos, inclusive o líder, com o apelido de Aranha, que estava se estabelecendo com sua base na Restinga em um desses apartamentos. A base era na Vila Elza, em Viamão, mas ele estava se estabelecendo lá, começando a criar o seu pequeno reino. Graças a Deus, conseguimos cortar o mal pela raiz. É o que tem que ser feito! As pessoas entram na fila e, quando conseguem realizar o seu sonho, vêm esses elementos que tomam conta do espaço! Senhores, apelo para a polícia civil e militar para agirem com rigidez! Tem que “botar o pé na porta”, como diz um jargão da polícia! E não é nada contra os direitos humanos! Contra bandido, tem que “botar o pé na porta”! Se não respeitam o cidadão, se estão tomando o espaço do Estado, o Estado tem que reverter isso! Bandido tem que estar na cadeia! Sr. Juiz, o senhor tem alarme, o senhor tem segurança, possivelmente, no seu bairro, com a Brigada Militar passando várias vezes lá, mas não é o que acontece na periferia. Então, saia dessas quatro paredes, saia do conforto do seu gabinete e veja o que está acontecendo nas ruas! Não dá mais para a policia civil prender em um dia e no outro o bandido estar solto e matando!

Eu também não acho justo que se tire uma vida, como aconteceu agora com o traficante na Indonésia, não acho justo, mesmo ele sabendo que ali existia uma lei em que a sanção era essa. Mas também não acho justo que um bandido faça um fuzilamento como esse todo santo dia! Vamos andar na periferia, vamos olhar as ocorrências. Esse fuzilamento na Indonésia, sobre o qual as pessoas se manifestam que são contra nas redes sociais, não acho justo! Mas esse fuzilamento, senhores, existe todo o dia na periferia; todos os dias nas vilas da Zona Norte, todos os dias na Restinga, todos os dias em Alvorada, todos os dias em Gravataí! Todos os dias um jovem, que não chega aos seus 27 anos – já presenciei um jovem que não chegou aos 24 anos, Ver. Paulinho –, é morto. Todo o dia, existe um homicídio nesta Cidade e um fuzilamento pela guerra do tráfico, um fuzilamento do soldado do tráfico.

Então, sei do potencial do novo Secretário, nós tivemos um pequeno contato nesta semana, um Policial Federal muito ativo. Peço, mais uma vez, que reforce a Polícia Civil, para que esse combate não se torne um motivo de insegurança da população rio-grandense e da população do Rio Grande do Sul. Obrigado, senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu venho a esta tribuna, Ver. Mauro Pinheiro, em primeiro lugar, para agradecer à Mesa Diretora, na pessoa de V. Exa., pela confiança depositada tanto no Ver. Clàudio Janta, quanto em mim para continuar representando a Câmara Municipal nas temáticas e nas organizações do Fórum Social Mundial. No ano passado, esta Câmara Municipal realizou, aqui dentro, uma articulação, dentro da amplitude que representa o Fórum Social Mundial, com 50 atividades. E a Câmara Municipal, não pela primeira vez, porque esse Poder sempre participou do processo, mas de uma forma organizada, fazendo parte da coordenação do Fórum Social Mundial, no caso o Fórum Social Temático realizado aqui em Porto Alegre, sem dúvida nenhuma, foi uma abertura total do Poder Legislativo às instituições, aos movimentos sociais. Nós tivemos aqui ocupados os espaços da Câmara, e este Legislativo é considerado um território concreto do Fórum Social Mundial. O Fórum Social Mundial deste ano se realiza como Fórum Social da Biodiversidade 2015, na cidade de Manaus, na Amazônia, de 26 a 30 de janeiro. É um Fórum preparativo, sob a óptica da temática – entre outras –, biodiversidade para o Fórum Social Mundial da Tunísia. A Mesa Diretora recebeu a representação do Fórum e, imediatamente, com a participação do Ver. Mauro, com a minha participação e com a participação do Ver. Clàudio Janta, fui indicada como representante da Câmara no Fórum Social Mundial da Amazônia. E, nesse sentido, nós vamos realizar uma atividade autogestionável dentro do Fórum Social Mundial. Venho a esta tribuna para comunicar os colegas, a população de Porto Alegre, até porque a nossa Cidade é origem do Fórum Social Mundial, participando desde o ano de 2001. E esse espaço do Fórum Social Mundial da Biodiversidade, em Manaus, se dá num tempo histórico importante, não só para o Brasil, mas para a humanidade como um todo, onde temos, necessariamente, que buscar novas e imperiosas articulações, sejam políticas, econômicas, sociais, culturais, ambientais e do próprio trabalho, pensando constantemente em novas estratégias para que a gente possa responder não só as necessidades da humanidade, mas também as suas potencialidades, no sentido de que a gente não comprometa ainda mais as necessidades e as possibilidades das gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades. E esse Fórum tem se revelado, durante todos esses anos, – o ano que vem o Fórum Social Mundial vai comemorar 15 anos no Brasil –, como um espaço precioso para agregar, para refletir, para socializar experiências, para articular em redes, para debater ideias, para democratizar decisões e aprofundar a participação de entidades, instituições e movimentos sociais que vêm se agregando, através do Fórum Social Mundial no Brasil, em oposição ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e pelo imperialismo, e ousando muito na busca da construção consciente de que um outro mundo é possível e, mais do que possível, é necessário. Nesse espaço, desde o primeiro Fórum Social Mundial, em 2011, na Cidade de Porto Alegre, até o último Fórum Social Mundial, no Brasil, realizado em 2009, na Cidade de Belém, passando pelos Fóruns Sociais Temáticos, realizados em Porto Alegre, e como contribuição hoje a esse Fórum Social da Biodiversidade em Manaus, apresenta-se uma realidade objetiva de uma política pública importante, uma política nacional, e que esta Casa aprovou, em consonância à política municipal, que é a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. E já está em andamento junto à Prefeitura e às Secretárias Estratégicas a discussão para a implantação da política de plantas medicinais e fitoterápicos no Município de Porto Alegre, articulado com a lei estadual e com a lei nacional. Então, é nesse sentido que nós construímos, tendo a Câmara Municipal como entidade proponente, uma atividade autogestionável com a participação da Câmara Municipal; então, estarei representando não somente como Vereadora, mas também com conhecimento, como autora das legislações, como farmacêutica com formação nessa área de análise, síntese, produção e controle de qualidade de medicamentos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Então, aliando as decisões políticas de uma política estratégica para o desenvolvimento do País, da ciência e tecnologia para o Sistema Único de Saúde, aliando também - além do componente político - o componente de profissional na área de Saúde.

Então, a nossa Câmara estará em Manaus coordenando esse processo. Já temos, como participantes, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas, através do professor e pesquisador Moacir Biondo; o Ministério da Saúde, através da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos, o Ministério coordena a Comissão Interministerial da implantação da política no Brasil, através do Departamento de Assistência Farmacêutica; teremos a Secretaria Nacional de Mobilização e Articulação das Marés e das Águas, com a representação de Belém do Pará; teremos a Associação Força Verde, por meio da representação do Lélio Falcão - engenheiro civil e representante do Instituto no Fórum que veio a esta Casa, mais uma vez, integrar a nossa Câmara Municipal no Fórum Social – da União Brasileira de Mulheres, com sede em Manaus; da Fiocruz; da Rede Unida e das pastorais de Saúde. Porque que eu dou esse relato? Para mostrar a grandiosidade de nós estarmos em plena Amazônia – o Brasil detém a maior biodiversidade do mundo, não só no bioma da Amazônia, mas em todo os nossos biomas, inclusive no nosso Bioma Pampa. Já temos catalogadas, no Rio Grande do Sul, cem plantas medicinais oriundas dos nossos biomas - que é a Mata Atlântica, a Restinga e Bioma Pampa, no Rio Grande do Sul - de uso contínuo e de uso vindo das comunidades tradicionais e avalizados pelo saber acadêmico, por meio, não só da Faculdade de Farmácia, mas de vários órgãos e entidades, como por exemplo, da própria Fiocruz, que tem um trabalho articuladíssimo nesse sentido. Então, nós estamos, assim, levando para o Fórum da Biodiversidade - o Brasil apresentará ao mundo uma política nacional de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e fitoterápicas - uma política que se faz, hoje, mais do que nunca, presente. Nós começamos esse processo em 2003. Essa política passou pela Conferência de Assistência Farmacêutica, por várias conferências de saúde e é uma política que se apresenta hoje, por meio das suas ações, como uma política estratégica para assistência farmacêutica no SUS, é uma opção terapêutica - a política de fitoterápicos -; como uma política distributiva, por meio dos arranjos produtivos locais.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, em Comunicação de Líder.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Então, eu dizia, como uma política estratégica para a assistência farmacêutica, uma nova opção, uma nova e mais antiga de todas opções terapêuticas no SUS; como uma política distributiva, por meio do Projeto que faz parte do Programa de Arranjos Produtivos Locais e que aprofunda a intersetorialidade com todos os Ministérios que compõem a Comissão Interministerial de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, numa visão republicana com Estados e Municípios e a relação com setores parceiros que constituem o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Quando eu falo nessa visão republicana, eu retomo o início da minha fala, que é uma política nacional - tem no Rio Grande do Sul, uma política estadual, Ver. Paulinho Motorista, de nossa autoria, quando Deputada Estadual e tem, aqui, aprovado por unanimidade nesta Câmara, a política municipal. É nesta visão, inclusive, no Plano Plurianual nosso, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, no Orçamento, nós gravamos o aporte de recursos, e a decisão política esta Câmara aprovou, para que tenhamos a possibilidade para a implantação desta política de contrapartida em Porto Alegre, junto com o Ministério da Saúde, com a perspectiva, inclusive, de aporte de recursos. Este gravame da política no PPA, na LDO da União, nos Orçamentos dos Ministérios, que compõem o Programa Nacional para o financiamento adequado e justo da cadeia produtiva e de assistência, é um impacto altamente produtivo. E Porto Alegre é a única capital que já tem aprovada esta política. Onde que ela é um impacto positivo? No desenvolvimento econômico, na preservação ambiental, no desenvolvimento de ciência e tecnologia, na defesa do patrimônio genético nacional e no resgate e na valorização do conhecimento dos povos tradicionais. Aqui entra o conhecimento tradicional das raças que nos originaram: branca, negra e indígena; e entra, também, o conhecimento popular, o conhecimento tradicional e o conhecimento acadêmico.

Também é uma política em que estamos buscando marcos regulatórios que considerem a diversidade humana, cultural, econômica, ambiental e social, para que a gente tenha regras para esta política compatíveis com os diversos arranjos produtivos locais, incorporando os conhecimentos oriundos desta diversidade humana cultural, que é a população brasileira, com muito conhecimento tradicional.

Também é uma política que nos permite o fomento ao desenvolvimento de uma plataforma tecnológica em aliança, inclusive, com os laboratórios oficiais dos estados para a produção de fitoterápicos e fomentos de arranjos produtivos locais para o desenvolvimento do País e o fortalecimento também dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde.

Essas questões são fatores de soberania nacional, de democratização das decisões e do reconhecimento dessa riqueza da nossa biodiversidade e da diversidade humana, cultural e biológica do planeta e, em particular, do Brasil.

Então, nós vamos representando esta Câmara. Fiz questão, Ver. Mauro Pinheiro, de vir a esta tribuna antes de ir a essa participação, porque, ao vir a esta tribuna, o respaldo da Mesa Diretora se espraia pela nossa Câmara Municipal em seu todo, Ver. Pujol, na medida em que esta Casa foi a primeira Câmara do Brasil – já estamos buscando que outras o façam, estamos levando o nosso projeto aprovado por unanimidade – a ter uma política municipal em consonância com a política nacional de plantas medicinais e fitoterápicas. É uma dinâmica importantíssima, inclusive na cidade de Porto Alegre, porque os laboratórios de capital nacional do Rio Grande do Sul são sediados, na sua maioria, em Porto Alegre e atuam nessa área de plantas medicinais e fitoterápicos. Podemos ter aqui mais geração de emprego, mais desenvolvimento de ciência e tecnologia na medida em que a Câmara Municipal deu esse salto de qualidade, que é um exemplo para o Brasil.

Então, lá em Manaus, vamos estar com varias câmaras municipais, a Prefeitura Municipal participará, através da Secretaria de Meio Ambiente, e nós vamos estar dinamizando em direção aos municípios. Porque é nos municípios que as coisas acontecem. Se as grandes políticas não têm esse respaldo e essa integração com os municípios, as coisas não acontecem.

Sinto-me muito honrada, fiz questão de trazer essas informações, agora, aqui, pois consegui construir essa diversidade toda no raio de uma semana para que possamos cumprir esse papel. Até porque o Fórum Social Mundial tem que ter essa dinâmica. O debate de ideias tem que se materializar na vida das pessoas, no desenvolvimento deste País, e, nesse sentido, Porto Alegre, que é a sede onde se desencadeou o Fórum Social Mundial, vai dar, mais uma vez, a sua grande contribuição. Honra-me muito poder representar todos os meus colegas e, depois, fazer o relatório, pois com certeza teremos desdobramentos importantes para a nossa Cidade, para o nosso Estado, para o nosso País, e também para o mundo, porque um outro mundo é possível, e as plantas medicinais são fatores de dignidade humana, de saúde e de soberania nacional. Muito obrigada pela atenção.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PAULINHO MOTORISTA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Vereadores e Vereadoras, pessoal das galerias e servidores da Casa, bom dia a todos! Com certeza, Ver.ª Jussara Cony, sentimo-nos muito bem com a sua presença nos trazendo toda essa situação e por V. Exa. estar sempre lutando pela população. Tenho a honra de ter trabalhado com a senhora desde que cheguei à Câmara, na Comissão de Saúde – COSMAM, e, com certeza, a senhora sempre fez um trabalho magnífico. Sempre que a senhora está nos representando aqui ou fora daqui, nós, Vereadores, nos sentimos tranquilos pelo dever cumprido.

Como o Ver. Delegado Cleiton acabou de falar, e eu estava acompanhando hoje pela manhã, quando desarticularam essa quadrilha. O Delegado Fernando Soares, nosso amigo de infância, sempre fazendo um trabalho magnífico na Polícia, nos honra por tê-lo nos representando na Polícia Civil, fazendo um trabalho honesto, um trabalho digno. E sempre que essas quadrilhas acabam desarticuladas, para nós, é uma felicidade imensa, porque cada vez se expande mais, é uma epidemia de quadrilha, de tráfico, de banditismo dentro da nossa cidade de Porto Alegre, como fora também, mas falo de Porto Alegre, cidade que representamos.

Ver. Delegado Cleiton, a lei continua cada vez mais difícil de ser cumprida, o bandido, hoje em dia, está trabalhando tranquilo, ele sabe que, se é preso agora, sai antes do policial que o prendeu. Policiais me relatavam que prendiam o bandido, Ver. Brasinha, e o bandido passava por eles antes de eles mesmos saírem do Palácio da Polícia, olhando para eles com cara de quem dizia: “Eu estou saindo, estou indo embora; e tu vais ficar até depois do teu plantão aí, fazendo ocorrência, dando declaração?” Isso para nós é triste, e acontece no dia a dia. Policiais que muitas vezes viajavam comigo, quando eu trabalhava ainda como “motora”, diziam: “Puxa, Paulinho, trabalhei, fiz meu plantão na madrugada e até agora não consegui nem dormir, vou ter que ir a uma audiência e não sei que horas vou sair de lá, para depois voltar para o meu trabalho, porque, em tal dia e tal mês, eu prendi um bandido que estava roubando, ou que estava em tentativa de homicídio...” Aí a gente vê o que é a lei, Ver. Reginaldo Pujol: quem sofre mais é o policial, e não, o bandido. Essa bandidagem está se expandindo, no Centro de Porto Alegre, não se pode mais andar, as pessoas não podem mais sair para comprar e, quando vão trabalhar, têm que passar naquele Centro o mais rápido possível, sair dali o mais cedo possível, porque um bate uma carteira aqui, outro rouba uma bolsa ou um celular ali, o pessoal já não sabe mais... Não respeitam mais a Polícia como se respeitava antigamente. A Polícia faz o trabalho dela, mas pela lei eles estão mais tranquilos do que o próprio cidadão. Isso está acontecendo em todo lugar, Ver. Reginaldo Pujol, não é questão de estar no Centro, de estar no bairro tal, no bairro nobre ou pobre, ou na periferia, em todo o lugar tem bandidagem, tem o tráfico. Hoje, os camaradas não querem mais trabalhar! Hoje mesmo passei numa sinaleira em que tinha um conhecido entregando o jornal, e eu disse: você está de férias? Ele respondeu: “Não, estou fazendo um bico, vou trabalhar à tarde, até a meia-noite, mas agora de manhã estou fazendo um bico.” Então não é desculpa, Presidente Mauro Pinheiro, o camarada dizer que está traficando porque não tem serviço, não tem um trabalho. Digo isso porque sou um cara vivido, um cara de rua, como vários aqui, e trabalho tem, serviço tem, mas o camarada não quer trabalhar, ele quer ganhar dinheiro fácil, quer entrar na onda do tráfico, da bandidagem, do roubo, para ganhar dinheiro fácil! Até porque ele sabe que a lei, muitas vezes, o protege. Delegado Cleiton, acompanhava seu trabalho, antes de o senhor estar aqui como Vereador, muitas vezes nos jornais e pela televisão, prendendo bandido, como o senhor disse, batendo na porta de bandido, mas a lei os protege, e eles cada vez se expandem mais, pois, se prende um, aparecem dez. Isso tem que acabar! Nós temos que fazer o nosso trabalho, temos que procurar fiscalizar, cobrar, procurar que a população não sofra com isso. Onde se viu um traficante comandar uma zona, determinar toque de recolher? Belém Novo era um lugar tranquilo, me criei lá, e agora temos que estar nos cuidando, pois há muitos assaltos e tiroteios durante o dia. O pessoal de Belém Novo, do Lami não aguenta mais aquela situação.

Vamos continuar sempre fiscalizando e trabalhando para que a população de Porto Alegre tenha mais segurança. Nós, os 36 Vereadores, vamos fazer a nossa parte, mesmo que, nem sempre, possamos decidir o futuro das pessoas. Mas vamos trabalhar, somos homens bastante para trabalhar em favor da população e não em favor dessa bandidagem, porque é uma vergonha o que está acontecendo!

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, antes de mais nada, Sr. Presidente, meus cumprimentos pela forma democrática com que V. Exa. está conduzindo os trabalhos – não sendo duro com o tempo, sabendo que quem vem aqui durante o recesso, às 9h30min, só vem pela sua responsabilidade com a Cidade, com a sociedade, com seus eleitores e porque o momento nacional exige uma permanente atenção dos representantes populares para com a realidade deste País. Agora mesmo, Ver. Paulinho Motorista – que nos deu um depoimento importante –, nós vivemos um drama aqui em Porto Alegre. A Ver.ª Jussara Cony, com muita propriedade, analisa o processo político brasileiro num campo específico e faz uma afirmação no seu pronunciamento que é o óbvio ululante, mas que ninguém quer ver: as pessoas vivem, moram nos Municípios, e aí acontecem as coisas. E ao Município, na estrutura que se montou neste País hoje, só cabe a responsabilidade, só cabem os ônus, porque o resto fica em Brasília, o resto se perde no caminho.

Ver. Delegado Cleiton, V. Exa., indiscutivelmente, é uma afirmação na vida pública desta Cidade, é, no meu entendimento, o mais presente dos Vereadores no cotidiano de Porto Alegre; não há um lugar aonde eu vá que V. Exa. já não tenha ido antes ou que vá depois; eu não sou muito parado, mas na minha idade não consigo ser tão ágil como gostaria. E V. Exa., que é atuante, conhece bem a realidade, já se apercebeu de algumas situações. Todo esse problema que é levantado pela mídia relativamente ao Minha Casa, Minha Vida precisa ser olhado na profundidade da sua própria concepção. Vejam como as coisas acontecem. Acontecem, mais ou menos, naquela linha desastrosa do que disse um dos empreiteiros que estão presos: “Ou eu fazia o jogo dos homens pagando a propina, ou não tinha obra.” Eu chamei o nosso colega Humberto Ciulla Goulart para uma conversa há quatro anos, quando ele estava no DEMHAB: “Goulart, eu não entendo, o Município está dando todas as terras de que dispõe para a Caixa Econômica Federal, que vai se transformar no maior banco de terras que esta Cidade e este Estado já conheceram, o maior latifundiário urbano. Nunca, ninguém, nenhuma entidade pública ou privada teve tanta área à disposição dentro dos programas de arrendamento residencial, não é de compra e venda”. E ele me disse: “Pujol, eu não tenho outra saída: ou eu faço assim, ou não ganho recursos para o DEMHAB.” É, mais ou menos, a mesma situação, dita com honestidade, com lisura por alguém que tem sensibilidade e que queria desenvolver, no Departamento Municipal de Habitação, um amplo programa de habitação popular na Cidade. Mas os recursos não vieram, o que vem é a responsabilidade. O fez o DEMHAB até agora é cadastrar centenas de milhares de pessoas que vão aflitas buscar oportunidade de ter uma casa própria, especialmente ter uma residência, aí já não importa se é um aluguel perpétuo ou se isso é uma compra e venda. Eles não têm onde morar! Então, vão se socorrer no lugar onde sempre se socorreram ao longo do tempo nesta Cidade: no DEMHAB, na antiga casa popular, como era há 50 anos a denominação. E ali uns conseguem ter a resposta, e, quando vão ver o contrato depois, ele não é de compra e venda, é de arrendamento. E aí, vejam bem, selecionadas, as pessoas são encaminhadas à Caixa Econômica Federal, que examina o cadastro das pessoas e contrata com quem ele entende que tem que contratar, seguindo, no caso de Porto Alegre, a opinião do Orçamento Participativo, seguindo a opinião da comissão de moradores do Movimento pelo Direito à Moradia e aí contrata. Aí eles entregam a chave, inicia a contratação, aí o DEMHAB organiza o condomínio, o sujeito vai observar que ele vai pagar mais pelo condomínio do que pela casa, e, daqui um pouco, ele não tem dinheiro para pagar. Aí ele se aperta – como disse uma senhora hoje aqui, tinha que operar a filha, não tinha dinheiro – e vende a chave, e o DEMHAB não fica sabendo disso, porque o DEMHAB não tem mais contato com esse cidadão...

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, em Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Aí o DEMHAB perdeu o controle da situação: o DEMHAB não sabe quem paga, porque não paga para ele, paga para a Caixa Econômica; o DEMHAB não sabe quem está pagando o condomínio ou deixando de pagar o condomínio. O condomínio é a desmoralização do processo democrático – veja bem o risco do negócio –, porque, no condomínio, todos têm deveres iguais e direitos iguais, mas ninguém quer ter dever nos condomínios da classe média, da classe alta e, muito menos, da classe pobre. Pagar o condomínio é uma desgraça, todos se sentem pisados nesse particular. E o que acontece? Agora vem toda esta discussão pública, e o DEMHAB passa a ser vítima. Mas por que o DEMHAB? O DEMHAB não sabe quem que paga e quem deixa de pagar, o que querem que faça? Que vá lá, bata na porta e pergunte quem está morando lá? Ora, Ver. Cleiton, se alguém entrou no programa, pegou uma casa e levou para dentro da sua casa, por razões as mais diferentes possíveis, um traficante, o que o Departamento Municipal de Habitação tem a ver com isso? Qual o poder do DEMHAB em coibir os desvios, se o desvio é reconhecido? Abre ensejo à detentora do imóvel, que é a Caixa Econômica Federal, a, em juízo, retomá-lo, e nunca de um lado que não tenha esse poder contratual. Então esse é contexto.

E aí a gente vai reclamar que um coitado – pode ser que não seja tão coitado assim – fez uma maracutaiazinha de ganhar dez, quinze mil, vinte mil na venda de uma chave? Que autoridade moral vamos ter neste País para cobrar do pobre procedimentos honestos, se as elites não têm esse procedimento honesto? Como é que vamos cobrar do pobre isso? Ora, Presidente, nós defendemos um país em que todos tenham direitos iguais, e, aqui no Brasil, a gente pode roubar quilo e metro, porque dificilmente a gente vai ser responsabilizado. E, normalmente, é o que acontece nos últimos tempos. As grandes lideranças nacionais, quando confrontadas com a situação, dizem: “Mas eu não sabiam nada disso”. Como é que o Diretor do DEMHAB vai saber quem é que está morando dentro da casa que a Caixa Econômica Federal contratou? Com alguém? Ora, Vereador, se por acaso o Ver. Paulinho tem um amigo que contratou com a Caixa, se, por uma razão qualquer, esse amigo se separou da mulher, vai viver com outra mulher, tem o órgão municipal de habitação alguma possibilidade de intervir numa situação como essa? Claro que não tem.

Então, nós precisamos vir para a realidade. Eu digo tudo isso, Sr. Presidente, porque esta Câmara, que é onde acabam estourando todos os problemas da Cidade, porque aqui tem trinta e seis pessoas com responsabilidade política, com responsabilidade social, pode e deve fazer alguma coisa. Eu vou requerer que se faça uma comissão externa, para a qual eu convoco, necessariamente, a presença do Delegado Cleiton e do Ver. Paulinho Rubem Berta a integrarem essa comissão, e nós vamos para dentro desses condomínios conversar com o povo – não como policiais, nem como inquisitórios, mas como representantes do povo sabendo o que, efetivamente, está acontecendo. E vamos cobrar de quem se pode cobrar, mas antes vamos denunciar que o sistema está errado! A Caixa Econômica não tem condições de fiscalizar milhares de habitações construídas dentro do programa Minha Casa, Minha Vida na Faixa 1, porque, na Faixa 2, isso pode acontecer. Agora vejam o seguinte, o grande prejudicado e o grande injustiçado com isso é o Município. Nessas casas, cujas chaves são vendidas, onde esse negociozinho é feito, o terreno foi dado pelo Município para que fosse construído, para que o empresário tivesse interesse. Foi pago além do que a Caixa paga, o Município contribuiu com determinados valores. Em cada casinha, em cada apartamento há o dinheiro do contribuinte que o Município de Porto Alegre paga para o empresário construir esses imóveis, porque senão não se viabilizariam, dentro dos conceitos que existem.

Dito tudo isso, Sr. Presidente, quero dizer, com toda a sinceridade: vamos andar com muito cuidado nesse assunto, porque é muito fácil nós falarmos do pequeno desajuste, pequeno diante das maracutaias que acontecem neste País, do coitadinho ali no Repouso do Guerreiro ou em outro conjunto qualquer.

Está faltando para as elites brasileiras autoridade moral para cobrar do povo lisura, honestidade, bom comportamento! Porque o exemplo tem que vir de cima! E o exemplo que vem de cima é o pior possível! Falece autoridade moral para as lideranças nacionais cobrarem do povo um comportamento honesto, porque eles têm um comportamento desonesto! Ora, o povo lê que a magistratura guarda R$ 4 mil por mês como auxílio-moradia, mesmo tendo casa própria onde realiza as suas atividades. Pô, com R$ 4 mil por mês, ninguém pensa em vender chave. Para quê? Está tudo garantido, está tudo sob controle. É isso, meu Presidente, é isso, Srs. Vereadoras, é isso, Srs. Vereadores, que cabe ser dito nessa manhã. Triste, porque nós observamos que essa produção que começa em Brasília, lamentavelmente, vai se alastrando e chega, ainda que como um riozinho, um filete de rio muito fininho, até a minha querida Restinga, até o Repouso do Guerreiro. E eu entendo que não tenho condições de cobrar deles um comportamento mais limpo, mais honesto, porque eles vão me dizer: “Ora, Pujol, não vem com essa história para nós, neste País aqui se rouba a quilo e a metro, e agora tu queres ditar regra para moral nós aqui na vila?”. Não farei isso.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu estava, agora, lendo, passando olhos em um jornal da Cidade, e vi a notícia que alguns Deputados – entre eles um que muito nos orgulha, o nosso colega aqui da Câmara até pouco tempo, o Ver. Pedro Ruas, hoje Deputado Pedro Ruas – abriram mão do aumento recebido, sancionado, e que, depois, voltou atrás o atual Governo. O atual Secretário de Turismo também, que é suplente, disse que abriu mão para que seja doado para a APAE; assim como o Governador. Algumas pessoas acharam que faltou pulso, que a pressão fez com que o Governador mudasse o seu posicionamento, mas eu tenho certeza de que o político também é ser humano, e voltar atrás não impede a sua capacidade. Isso não é demagogia, senhores, eu acho que nós devemos ganhar, e eu sou um dos que aposta que todos devem ganhar bem, todos, mesmo. Mas existe um momento em que o Estado passa por dificuldades, pois existem várias demandas que o Governo passado, após reuniões e lutas das entidades sindicais. Eu falo em nome, principalmente, dos policiais civis e dos operadores da área da segurança pública, porque eles também merecem um salário digno. Para isso, senhores, abriu-se mão - digo em relação aos policiais civis e militares -, o salário foi parcelado para que, em 2018, tenhamos um ganho real.

E eu vejo, quando vou às delegacias conversar com os companheiros e colegas, o medo de que seja rompido o pacto, que ocorreu por lutas da categoria e por seus anseios.

Então, não sejamos, aqui, demagogos ao ponto de dizer que não se quer ganhar bem! Todos querem ganhar bem, porque despesas existem.

Mas eu acho que o Presidente da Assembleia Legislativa, meu companheiro de Partido, se adiantou no sentido de que aquele não era o momento de pedir um aumento.

As pessoas falam que R$ 20 mil, R$ 10 mil para um Vereador é pouco dinheiro. E eu lembro que existem pessoas que sobrevivem com o salário mínimo. Vamos ao supermercado no final de semana, e a metade do salário mínimo se vai, e a gente sai dali só com duas ou três sacolas.

Então, existe uma discrepância que eu acho injusta. Não estamos aqui fazendo apologia para todo mundo ganhar igual. Que bom se fosse possível. Mas existem algumas situações que vemos jogador de futebol ganhando R$ 400 mil, e um médico ganhando R$ 6 mil para atender a uma comunidade. E esse mesmo médico, muitas vezes, vai para dentro de um posto de saúde e atende as pessoas correndo, porque ele tem que sair dali para ir para outro espaço, outro consultório, para poder ter uma renda mais digna, para poder se manter.

E lá está aquele pobre coitado, que vai ao posto de saúde, levanta cedo, espera a sua ficha e muitas vezes é mau atendido, não é nem tocado não é? Então, senhores, parabéns aos Deputados, parabéns ao Governador que abriu mão de seu aumento, assim como os parabéns para meia dúzia de Juízes que abriram mão do seu vale-moradia de R$ 4 mil. É digno, lutaram por isso, é uma classe competente, mas parabéns, porque esse é o momento de todos nós darmos a nossa parcela de contribuição. Obrigado, senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.

 

(Encerra-se a Reunião às 10h48min.)

 

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